2003/11/25

 
Como fui para a estrada logo pela manhã, nem se quer tomei o cheiro a
papel de jornal. Apenas sei do meu país, através dos canais RDS, e não
vou aqui fazer nenhum comentário, porque quero sentir-me "descolado".

O dia esteve muito agradável, embora se notasse bem o frio que nos
chega, vindo das terras altas do norte. Uma viagem sem destino à volta
da capital, em dias úteis, não é exercício fácil, porque os carros são muitos.

---Ponte 25 de Abril.

Na margem sul, donde podemos observar Lisboa numa panorâmica de 180
graus --desde Sacavem até Oeiras-- vivem centenas de milhar de pessoas,
das quais vêm trabalhar para a capital, diáriamente, algumas dezenas de
milhar. Vêm de carro, pela Ponte 25 de Abril, de comboio e de barco. Nos
concelhos de Almada, Seixal, Barreiro e Alcochete mora grande parte da
população da Grande Lisboa. Falta a terceira ponte, para servir esta gente.

---Falua, nas águas do Seixal. Trata-se de um barco recuperado.

A vila do Seixal, está muito bem cuidada, tem equipamentos sociais diversos
e uma vista panorâmica sobre a Baixa de Lisboa, que é deslumbrante, em
tempo propício, como era o dia de hoje, sem neblina e com muito sol.

---Moinho de maré, recuperado pela Câmara do Seixal.

A cidade do Barreiro, que sempre foi de operários, nos tempos da CUF e
depois da Quimigal, está em transformação e vai beneficiar muito com a ponte
que está projectada. Este concelho, mais do que os seus vizinhos, está numa
situação desesperada, por causa dos problemas ambientais que herdou do
passado e que vai levar alguns anos a resolver: são as instalações da antiga
Siderurgia Nacional e o antigo Parque da Quimigal, que ocupam centenas de
hectares de terrenos poluidos em maior grau em relação aos da Refinaria de
Cabo Ruivo, onde foi implantada a Expo-98.

---Estuário do Tejo, de águas poluidas, mas de melhor qualidade que em 1960.

Alcochete ainda tem a beleza do passado, mas está a ser muito pressionado
pelos empreiteiros da construção civil. A Ponte Vasco da Gama, levou muita
gente a comprar casa em Alcochete. Este concelho tem menos problemas de
natureza ambiental, mas tem outras questões que ainda não foram resolvidas,
como seja o Campo Militar de Tiro, onde eram ensaiados os morteiros fabricados
na Fundição de Oeiras, entre 1978/84, que eram vendidos ao Iraque, quando
este país estava em guerra com o Irão. Tambem eram vendidos a Israel.

---Salineiros de Alcochete, uma actividade defendida pelos ecologistas.

Os terrenos da Siderurgia e da Quimigal, no Barreiro, o Campo de Tiro e as
Salinas de Alcochete, condicionam muito o futuro de toda a zona ribeirinha na
margem sul do rio Tejo. As primeiras pela tarefa gigante de descontaminação
de terrenos e a última, por ser a memória de um passado não muito distante,
quando os campos de Alcochete se enchiam de bacalhau, espalhado em estacas
a fim de se cumprir o ritual da seca e da salga do tão apreciado peixe.








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