2003/11/15

 
As actuais fragilidades do PS são muitas e diversificadas, sendo que,
para além do "enferrujamento" provocado pela actuação de Ferro
Rodrigues, uma grande parte dos actuais dirigentes nacionais, actua
sem convicção e de forma descoordenada contribuindo, assim, para
enfraquecer ainda mais as posições do PS perante a opinião pública.
Exemplo disso, é a "Carta à ministra os Negócios Estrangeiros" que
o deputado Agusto Santos Silva (ASS) publica hoje no Público, com a
esta introdução: "Cara Teresa Gouveia: Ausente do país e sem a
informação necessária para me pronunciar sobre o momento político
imediato, opto por me dirigir a si sobre um assunto menos circunstancial,
mas muitíssimo importante e em relação ao qual deposito expectativas
na sua acção."


Ora bem, ou lá no PS andam todos a falar para o lado ou então ASS
não lê os jornais, não vê as televisões, não consulta a Internet, ou,
pior ainda, não tem um telemóvel, para ligar para o Largo do Rato.
Se assim é, este alto dirigente do PS, está fora do tempo, não consegue
lidar com as novas tecnologias, nem sabe onde colher informação em
cima da hora, coisa tão acessível a qualquer cidadão, ainda que
esteja noutro país. Como fará Rumsfeld, ou faria Madelene Allbright?
Como fará o Barão de Santa Comba Dão, quando está em terras de
Vera Cruz e quizer saber como vão as cotações da PT, ou ficar em dia
com os procedimentos emanados da ANACOM? Liga-se, e fica com
o mundo nas mãos. Na hora, no momento, qualquer pessoa, como
seja o caso de Durão Barroso, que está na Bolívia, é informado ou
informa-se do que se passa em Portugal ou no Iraque.

"A Teresa sabe que o país já pouco ou nada tem a ver com a imagem
que a RTP-I teima em projectar junto das comunidades." (...)"Agradecia-
-lhe tambem que procurasse persuadir o seu colega da Educação a
acabar com a política de abandono do ensino do português no
estrangeiro".(...) "Peço-lhe, portanto, cara Teresa Gouveia, senhora
ministra, que pelo menos tente, tente pensar e enunciar globalmente
a equação entre cultura e política externa".



Eu, no lugar de Teresa Gouveia, acharia esta carta, no mínimo, uma
lamúria de um politico sem coragem, que prefere fazer "queixinhas" em
lugar de expôr as suas ideias no Parlamento, enfrentar cara a cara os
demais parlamentares, e defender aí -- porque é no Parlamento que
se concretizam as reformas -- os ideais e as necessidades do país.
São intervenções como esta, sem fulgôr político nem substância prática,
e, ainda por cima, descoordenadas, que levam à ineficácia o discurso
político do PS. Agora, anda Ferro Rodrigues a visitar hospitais, como
o padre visita os paroquianos, julgando que esse é o melhor caminho
para fazer frente às políticas de Durão Barroso. Mas isso não passa de
demagogia, é apenas populismo, porque falta uma política de Oposição
coerente e definida como prioritária para o discurso do partido. Então,
e o desemprego, a inflação, o investimento estrangeiro, a educação,
a formação profissional, o Ambiente, as energias alternativas?... Pregar
nos hospitais, não é o melhor caminho. O país precisa, está carente de
um discurso mais virado para o futuro, um discurso inovador, onde se
sinta que não estamos condenados a viver na cauda da Europa.








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