2003/10/29

 
VENDAVAL POLÍTICO SOBRE A FLORESTA NACIONAL

Quando menos se esperava, o ministro do Ambiente, Amilcar Theias,
mostrou que, afinal, tambem ele é capaz de se indignar e defender
as causas do seu ministério. Tudo começou quando, ao desembarcar
no Aeroporto, vindo de Bruxelas, afirmou que fora "apanhado de
surpresa" ao ter conhecimento da eventual transferência da tutela
do Instituto de Conservação da Natureza (ICN) para a secretaria de
Estado das Florestas, cujo responsável é João Soares, que veio da
Portucel. Vai daí, foram feitas suspeições de vária ordem, afirmações
dos ministros envolvidos e mais uma diversidade de ecologistas e de
pessoas ligadas à defesa das florestas, às zonas protegidas e aos
Parques Nacionais. Um autêntico burburinho, que mostra bem como
o país é sensível à protecção do ambiente e defesa da Rede Natura.


Por declarações a partir de Luanda, onde se encontra, Durão Barroso
assegurou que o Governo não vai fazer nenhuma alteração sobre a
transferência do ICN. Tudo ficou mais calmo. Razão tinha José Manuel
Fernandes, a escrever no seu editorial de hoje, no Público, que "só por
piada de mau gosto a hipótese de colocação das áreas protegidas sob
a alçada [ da Direcção-Geral dos Recursos Naturais] poderia aparecer
num documento oficial
", dada a sua manifesta vocação.

Este episódio mostra como o país está disposto a preservar as suas
belezas naturais. Portugal acordou tarde para este problema, pois a
primeira área protegida só foi decretada em 1971, com a designação
de Parque Nacional da Peneda-Gerês. E convém termos presente, o que
são parques nacionais e parques naturais. Num parque nacional "os seus
recursos gozam de protecção da lei, não podendo ser explorados para
fins comerciais. Tal medida legal destina-se a preservar os seus valores
naturais, históricos e artísticos". O parque nacional mais antigo no mundo
-- senão o primeiro -- é o Yellostone, no Wyoming, nos EUA, e foi demar-
cado em 1872.


Já um parque natural, é "uma zona extensa, que pode incluir povoações,
culturas, pastagens e bosques onde, sob a protecção da lei, se tenta
conciliar os interesses dos particulares com a protecção da natureza.
Nele pretende-se preservar a paisagem como conjunto, impedindo as
desfigurações e a alteração da fauna e da flora". São exemplos disso, o
Parque Natural da Serra da Estrela, e o Parque Natural da Arrábida,
entre outros que, felizmente, foram demarcados nos últimos 25 anos,
graças à Rede Natura e outros organismos da UE, defensores das áreas
paisagísticas, das zonas húmidas, dos sapais -- áreas onde nidificam
aves de diversas espécies e de animais que, de outra forma, há muito
tempo teriam desaparecido da paisagem interior do país.

(fotos: cortesia do "Ancorage Daily News", de Ancorage, Alaska,USA).





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