2003/10/28

 
NOVA PAUSA NO PROCESSO DA PEDÓFILIA

A justiça continua a cair em alçapões abertos pelos advogados de
defesa. Desta vez foi adiado, pela terceira vez, o julgamento de
Carlos Silvino, "Bibi", com base em "incidente de recusa de juiz"
apresentado por José Maria Martins, o advogado de defesa. Não sei
qual será a estratégia de José Maria Martins que, penso eu, poderá
arrastar o julgamento até os outros arguidos serem chamados a
Tribunal, e poder, assim, arquitectar uma estratégia em paralelo com
declarações que irão sendo produzidas. Por outro lado, Adelino Granja,
defensor de "Joel" -- a vítima do processo -- disse que, com este
adiamento, "será possivel guardar segredo da identidade das
testemunhas. O que não acontecerá se o "Bibi" começar a falar".

Parece um processo kafkiano. Estes adiamentos, previstos na Lei,
-- por isso é que a justiça é lenta -- deixam as vítimas ansiosas, com
dúvidas e muitas sequelas. Até advogados consagrados, como Proença
de Carvalho, disse que este "terceiro adiamento é desprestigiante para
o sistema. Não podem ser coarctados nenhuns direitos de defesa a
ninguem, mas tambem não se pode abusar desses direitos, e impedir
que o processo avance através de um conjunto de expedientes e de
manobras. Isso é abusar de forma chicaneira, como dizemos na nossa
gíria
", acusou Proença de Carvalho. A verdade é que este processo
não anda, está a deprimir o país e não se vislumbram progressos.



ASSIM FALOU JORGE BRAGA DE MACEDO

No final da reunião da Trilateral, realizada no fim de semana no Porto,
Teresa de Sousa, jornalista do Público, perguntou a JBC: "Disse, antes
da reunião, que ela seria útil se ajudasse a melhorar a imagem externa
do país. O objectivo foi alcançado?" Resposta de JBM: "Resultou em pleno.
Por duas razões. A substância (?) portuguesa foi muito boa, o que nem
sempre acontece nestes encontros. Quando se fala de questões nacionais
-- não nas internacionais -- há às vezes algum provincianismo. Cá, o nosso
primeiro-ministro encantou toda a gente e os empresários [portugueses
que participaram no painel "como gerir a partir da periferia na era da globa-
lização"] sairam-se muito bem, porque houve uma preocupação de coorde-
nação. E houve uma conclusão importante desta parte do debate: que um
país ou uma empresa só são periféricos se quizerem -- não é uma fatalidade.
O resto, como viu, correu muito bem. O vice-presidente [do Conselho de
Governo iraquiano] Adnan Pachachi ficou deslumbrado com o salão árabe
[do Palácio da Bolsa]. A organização foi inexcedível".


Optimista, presunçoso, lunático?
Não sei, mas é bom lembrar que Jorge
Braga de Macedo foi ministro das Finanças no governo de Cavaco Silva, e,
já nessa altura, tinha uma visão "mágico-realista" da cena política e eco-
nómica em que o país vivia: foi o mentor da célebre frase do "país que vive
num oásis" -- quando a crise económica dos anos 1991/93, já era vivida.
Não admira pois que, por JBM, na Trilateral, achar que a "substância (?)
portuguesa foi muito boa", tudo acabou por "correr muito bem". Até mesmo
a Adnan Pachachi lhe cairam os queixos, ao olhar para as paredes do
Salão Árabe do Palácio da Bolsa. Então em Bagdad, não haverá melhor?





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