2003/10/03

 
A mancha branca

Miguel Sousa Tavares vem hoje escrever no Público sobre a "Marcha Branca"
realizada na semana passada, e, embora diga algumas coisas em que tem
razão, noutras era escusado falar, por serem uma espécie de "badanrilhas"
enviadas ao juiz responsável pelo processo Casa Pia. Miguel Sousa Tavares
tambem acha que os juizes devem apresentar-se "fardados", para imporem
respeito. E pensa que, se os juizes frequentarem os ginásios, isso tira-lhes
o ar "respeitoso" que devem apresentar; ou seja, os juizes devem ter um
aspecto de corcunda, de inválidos, de caras-de-pau, em vez de ser atléticos.
Não disse nada, sobre as vítimas dos pedófilos, admitindo que os prostitutos
do Parque Eduardo VII são conhecidos de todos, e fazem parte da paisagem
turística da cidade de Lisboa. Não admite que o povo, na sua simplicidade, se
revolte e se indigne, ainda que de forma exagerada. Pobres dos intelectuais,
dos advogados, de quem não saiba avaliar e perdoar os exageros daqueles
que se indignam. Aqueles, assim, só demonstram a sua falta de inteligência...

Cinzas de verão

Encontrou nos jornais, João Bénard da Costa, ao regressar de férias. E, vai
daí, depois de uma introdução para nos dar a conhecer os seus tempos de
infância, quando ele ia para a praia, em Sesimbra, e depois regressava à
cidade, encontrando todos os aconchegos da civilização que, em Sesimbra
não tinha, vai daí, acaba por se mostrar indignado pela "marcha branca"
relatada no DN -- ainda por cima! -- de 28 de Setembro, mostrando-se muito
indignado com os cartazes exibidos naquela marcha, onde se podia ler
"Pedófilos - Castração - Prisão Perpétua". Como Miguel Sousa Tavares,
tambem João Bénarda da Costa não demonstrou a mínima compreensão,
a menor tolerância, a menor compaixão pelo sentimento de revolta das
pessoas que fizeram aquele manisfestação. Tal como Sousa Tavares, tambem
Bénard da Costa não teve uma palavra em defesa das vítimas de pedófilia
da Casa Pia. É muito estranho, este comportamento; esquecem as vítimas.

Profetas

"O mundo sofre por ter gestores a mais e profetas a menos", foi assim que
Esther Mucknic, no Público, lembrou Régis Debray, para dizer que hoje, nas
diversas igrejas, os seus responsáveis, preocupam-se mais com a gestão
dos bens materiais do que com os sofrimentos humanos. E diz ainda que hoje,
dentro das diversas Igrejas, não há verdadeiramente liberdade. De facto,
diz Esther Mucknic, não pode haver liberdade onde cada religião, nos seus
locais de culto, apresentam os seus padres "fardados", paramentados,
com crucifixo ou tchador. Isso intimida os outros crentes, e aqueles que o
não são, pelo que, as cerimónias religiosas deviam realizar-se sem quaisquer
"fardas" ou atavios religiosos, que servem apenas para marcar a identidade,
a diferença, e não os traços de união entre todos os crentes. Esta é uma
ideia de modernidade, que as diferentes instituições de fé deviam seguir.
Mas que dizer desta ideia, quando até Miguel de Sousa Tavares acha que
é útil e benéfico para a justiça -- e para a profissão de fé -- que os mestres
se apresentem "fardados", "mascarados", "encenados" e "ensaiados", como
se tivessem que desempenhar um "papel" no qual nem eles próprios se
setem bem?! Há um provérbio, que é preciso banir: "o hábito faz o monge".

Humor

A "Desbanda" do Inimigo Público, traz um "cartoon" com muita piada: com o
título "Os nossos Bravos no Iraque", aparece no canto superior esquerdo, uma
figura a lembrar o Principe Negro. O cenário é uma estrada, com dois GNRs, um
com uma placa de sinal Stop atrás das costas, para mandar parar os carros;
outro a fazer o teste do álcool a um condutor de carrinha de caixa aberta,
carregada de barris de pólvora e rocketes. O condutor sopra no balão, e tem
à volta da cintura uma dezena de cargas de explosivos prontas a deflagrar...
E o nosso GNR, bonacheirão e com uma barriga enorme diz-lhe: "Ó HOMEM,
SOPRE LÁ O BALÃOZINHO... E VÁ À SUA VIDA....... (antes que o outro fizesse
explodir as cargas de dinamite! háaaaaaaaaaháaaaaaaahá! :-).






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