2003/10/02

 
José Pacheco Pereira, vem hoje no Público expor o que pensa sobre uma
eventual aliança do PSD com o PP/cds de Paulo Portas. Por eu comungar
essas preocupações com a quase totalidade das ideias de J.P.P., permito-
me transcrever aqui, alguns dos passos mais importantes deste debate:

"O actual PP de Paulo Portas é um partido unipessoal, depende do seu
presidente, dos seus planos e das suas ambições. [...] Paulo portas precisa
desesperadamente de um tempo de acalmia, de um tempo de esquecimento.
Depois, esperar pela consolidação no PSD de uma direcção política favorável,
o que não é ainda o caso da direcção de Durão Barroso e, a prazo, negociar
a sua entrada no PSD, de que já foi militante, fundir os dois partidos e entrar
para a sua direcção. [...] [Para PP evitar rupturas no Governo] o principal
efeito é dificultar, a curo prazo, qualquer remodelação, porque não outro
lugar possivel para o ministro da Defesaque não pareça excessivo ou uma
despromoção. Como o ministro da Defesa está, pela sua situação de
desprestígio junto das Forças Armadas e pelos avisos do Presidente da
República, sempre no limiar de uma crise sem retorno, qualquer remodelação
que o envolva será sempre um drama. [...] O populismo é um elemento de empobrecimento da democracia e com ele não há reformas, porque os
populistas governam mal. [No caso das presidenciais, se ganhar a direita],
a principal agenda [de Paulo Portas] será afastar Durão Barroso, que não
tem o "pedigree", nem as ideias certas, nem os interesses comuns."

(Este ministro da Defesa é maquiavélico, não me admira que assim proceda).

P. R. A. S. D. e T H E I A S

O primeiro ministro apresentou ontem o mapa do "Portugal desfavorecido".
Durão Barroso tinha incumbido Daniel Bessa para fazer um mapeamento do
poder de compra "per capita" em cada um dos concelhos do país, e pensa
agora -- de acordo com o método usado na UE -- proceder a uma distribuição
de beneficiais fiscais, financeiros e sociais com vista a adoptar políticas de
de coesão nacional. Assim nasceu o "PRASD-Programa de Recuperação de
Áreas e Sectores Deprimidos". Vamos ver se o PRASD vai ser mais do que
simples intenções, pois tem a ver com muita gente. É que, no mesmo dia,
o ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente, Amilcar Theias,
-- que esteve sumido e quieto durante os fogos de verão -- apresentou
ontem no Pavilhão de Portugal (Parque das Nações) a cerimónia de posse
das CCDR-Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, durante
a qual estiveram o primeiro-ministro e alguns membros do Governo do PSD.

Este ministro Theias, que tutela o Ambiente (?) as Cidades (?) e o Ordenamento
do Território (?), não se tem visto a dar conta do recado. Era um ministro que
todos consideravam "descartável", por ser tão apagada a sua acção neste
Governo, e, agora, apareceu à frente deste "show-off", talvez para ver se
ainda pode ter recuperação e protagonismo. Mas é um fraco, não vai longe.
Então, como é que os novos dirigentes das CCDR vão lidar com os responsáveis
regionais do PRASD? Quem vai mandar, são aqueles, ou são os dirigentes das
CCDR nomeados por Theias?. Parece-me confuso, soa-me a "job for the boys"
e desejo com sinceridade, que assim não seja.
O ministro Theias sempre foi um homem de "low profile" sem protagonismo, sem
obra feita, portanto, como é que ele se vai desembaraçar de toda esta "teia" de funcionários, dirigentes e comissários que, à primeira vista, parece irem colidir uns com os outros no desempenho das sua funções?





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