2003/09/04

 
OS PARABENS AO ANIVERSARIANTE

Não se trata do aniversário do "Abrangente", mas sim do seu editor, Evaristo Ferreira.
Nestas ocasiões podemos avaliar o quanto somos lembrados e estimados, não apenas
pelos nossos familiares, mas tambem pelos colegas e amigos. Não me posso queixar,
pelos telefonemas, SMS e e-mails recebidos, ainda tenho muita gente a lembrar-se de
mim. Os familiares, estão mais perto, mas os amigos, por razões diversas, chegam a
estar ausentes semanas, meses ou até anos. E, nestas alturas, é dos amigos que mais
nos lembramos e tambem, é dos amigos que nos chegam os gestos mais inesperados.
Hoje recebi de um "velho" amigo, o AMP, um e-mail cheio de fraternidade e rematado
com a seguinte quadra: "Uma rocha pode partir / Uma flor pode murchar / Mas a amizade
do colega amigo / Jamais pode acabar." -- Palavras para quê? É um artista português!

Entre outras coisas recebidas, não quero deixar de mencionar uma em especial, porque
foge a toda a lógica dos afectos, já que se trata de uma mensagem de parabéns enviada
por uma empresa... Não é isso, não se trata de subornos! Trata-se de fazer do cliente
um amigo, e, simultaneamente, fidelizá-lo, mas para além desse serviço de "marketing",
está uma intenção muito generosa e merecedora de todos os elogíos. A empresa em
questão, a Divan y Divani, "lembrou-se" do meu aniversário e, por isso, remeteu-me um
conjunto de 12 poemas de Sophia de Mello Breyner, numa edição primorosamente
encartada, protegida por uma caixa em forma de livro, com um bonito laço a apertar de
dentro para fora... verdadeiramente uma obra de arte, e de poesia, naturalmente.

Ora aqui está, um meio inteligente, barato e sedutor para divulgar a cultura, neste caso
a poesia, e muito eficiente para fazer de cada cliente um amigo. Felicito a empresa, que
gentilmente me fez esta surpresa, e recomendo ao ministro da Cultura, Dr. Pedro Roseta,
para que tenha em atenção esta ideia inovadora; já que o ministro de Estado, Dr. Morais
Sarmento, foi o coveiro do "Acontece" -- em parte dou-lhe razão, havia que inovar -- e
enquanto não surge outro meio para divulgar a literatura e os seus autores, que seja
seguido o exemplo da empresa acima referida. Poderá, neste caso, até socorrer-se da
Lei do Mecenato, para que esta medida seja aplicada com equilíbrio e justiça.

APOSTILHA

Conforme sugeri em 29-08-2003, Eduardo Prado Coelho (EPC) respondeu hoje ao repto
lançado por João Bénard da Costa (JBC), não por carta mas no jornal Público, no sentido
de EPC lhe explicar o que é "O orgasmo vertical". Como referi, EPC usa e abusa dos seus
adjectivos ditirâmbicos, quantas vezes sem saber o que escreveu, mas como lhe soam
bem ao ouvido, zás! Daí que se compreenda o incómodo sentido por JBC, por não saber
o que era "O orgasmo vertical", pois não quereria fazer figura de ignorante perante os
seus amigos.
A resposta de EPC, é insuficiente, transversal, desajeitada, pois nada esclarece. Vejamos
a resposta: "O orgasmo vertical é o que não é horizontal". Nem Aristóteles, nem Freud
eram capazes de dizer tamanha coisa, porque ela nada tem de revelação, de sabedoria.
Enfim, é uma resposta à medida de EPC, que remata com a seguinte asserção: "E neste
axioma da geometria libidinal cabe a história toda e o mundo todo". Caramba, eu estava
a ver que EPC ia falar de "geometria variável", termo usado pelo Pentágono na construção
dos F-15 ou similares, aviões de combate com asas de geometria variável usados no
Vietname! Mas sosseguei, pois sei que EPC nunca pilotou um caça de guerra, e, daí até
comparar a estrutura de um bombardeiro com o orgasmo libidinal, seria um paradoxo
geométrico.
Para EPC enriquecer o seu verbo, em assuntos deste jaez, recomendo-lhe o Kamasutra.





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