2003/09/03

 
OS CUSTOS DA VASSALAGEM

Durão Barroso e o seu Governo, prestaram um mau serviço ao País, quando assinaram
a "Carta dos Oito" e se puzeram em bicos de pé na Cimeira das Lages ao lado de George
Bush, Tony Blair e Aznar. O povo que os elegeu não lhes deu mandato para aquele acto
de vassalagem e submissão aos senhores da guerra. Um acto duplamente condenável,
porque dividiu a Europa -- onde estamos inseridos -- e porque colocou Portugal ao lado
dos invasores de um país soberano -- o Iraque. As consequências dessa vassalagem,
vão começar a sentir-se a partir deste mês, com o envio de um contingente policial de
132 GNRs, que foi preciso equipar convenientemente, com a ajuda de terceiros, e cujo
custo rondará, por agora, os 8 milhões de euros. A sangria de dinheiros vai continuar.
O pior, pode estar para vir.

Nesta altura da guerra, é caso para perguntar: - Onde estão os "cruzados" que sempre
defenderam a invasão do Iraque? Onde está Luis Delgado, José Manuel Fernandes,
José António Lima, Vasco Graça Moura, António José Teixeira e Outros? Ainda estarão
a banhos? Ou não têm nada para dizer sobre o fim da ocupação do Iraque, sobre a sua
reconstrução e segurança, sobre a normalização da vida dos seus habitantes? E quanto
às "armas de destruição maciça" -- já as encontraram? E as provas que ligavam Sadam
à Al-Qaeda? Digam-nos alguma coisa, com o fulgor e o entusiasmo que caracterizavam
os vossos iluminados "artigos de opinião" antes da guerra? Ou a vossa "cruzada" pela
invasão do Iraque, esfumou-se? Ou estão pensando -- como o vosso herói, G. Bush --
que, agora, há que meter o rabo entre as pernas e sair daquele atoleiro, entregando a
gestão do Iraque às Nações Unidas?

Infelizmente, para desgraça de todos nós, é isso que vai acontecer. Depois daquela
"cow-boyada", depois de tudo escaqueirado -- estilo Schwarznegger/Terminator -- serão
as nações anti-guerra, que terão de "remediar" o que os "novos-cruzados" estragaram.
A que preço, ainda não sabemos, pois os "empreiteiros" americanos já têm os projectos
feitos e as obras distribuidas pelos "coligados". A factura será paga com o petróleo do
povo iraquiano. Para os países que vão entrar agora, com tropas e material, resta-lhes
apenas suportar as despesas com a manutenção da ordem. O pior, estará para vir.

O lado perverso da "cruzada" de Durão Barroso, é ter sido infiel à maioria dos nossos
parceiros da União Europeia. Se Portugal tem hoje melhores auto-estradas, melhores
equipamentos sociais, melhor saneamento básico, melhor ambiente, mais riqueza, isso
devemo-lo à UE e não aos EUA. A segurança externa, era e é-nos proporcionada como
país membro da Nato, desde a sua fundação. O nosso futuro, está na Europa, fazemos
parte dela, é no aprofundamento da UE que Portugal colherá todas as vantagens, agora
e no futuro. Porquê, então, traír os nossos "compagnons de route", juntando-nos a um
"poder efémero", como é o caso da América de Bush, que poderá evaporar-se em 2004?

A deriva de Durão Barroso, representa o pior que pode haver num político oportunista,
que se põe em bicos de pé ao lado dos poderosos, como vassalo ou "cruzado" às ordens
do Império, na esperança de vir a receber algumas milgalhas pelo serviço prestado.

Quando é que os portugueses -- e sobretudo os nosos políticos -- aprendem a ter
dignidade, orgulhando-se da sua terra, do seu povo, da sua cultura, das suas tradições?
Nós, somos o que somos, somos quem somos, -- não temos que ser outros nem de outra
maneira; somos nós, somos assim, e ninguém tem nada com isso! Somos poucos, somos
pequenos; temos pouco, queremos mais; temos o que temos e esperamos mais -- mas
a grandeza de um povo, está na sua dignidade, nunca na servidão





















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