2003/09/12

 
DOIS TEMAS REVOLTANTES

"A OMC mata os agricultores", dizia o cartaz de protesto empunhado por Lee Kyang Hae de 55 anos, agricultor sul-coreano que se suicidou ao fazer "hara-kiri" , espetando uma faca no próprio tórax em Cacun, no México, onde está a decorrer a conferência da Organização Mundial do Comércio (OMC) e que, como era de esperar, está a causar grande apreensão e cepticísmo entre os países mais pobres.
Benin, Chade, Mali e Burkina Fasso, países africanos com economia baseada na cultura do algodão, pediram aos EUA, UE e China para acabarem com as subvenções à produção do algodão, pois desvirtuam os preços e causam a queda destes a nível mundial. Só os EUA pagam aos seus agricultores cerca de 2 mil milhões de dólares em subvenções. A UE tem apenas 2 por cento da produção de algodão.
Na vigília contra a OMC, à luz de velas, estiveram presentes, tambem, os "sem terra" mexicanos. Resta dizer que, no final, os resultados esperados -- a favor dos países mais pobres -- são quase nulos, pelo que não admira se houver mais cenas de "hara-kiri".

Se Sharon expulsar Arafat, os americanos vão sentir no Iraque o efeito desta bomba explosiva, que vai gerar no mundo árabe mais ódio e sede de vingança contra os EUA.
Mas em Israel, se isso acontecer, os atentados à bomba vão-se multiplicar, trágicamente.
Arafat, quer Sharon queira quer não, é o presidente eleito pelos palestianianos... Nestas
circunstâncias, como se pode aceitar uma medida absurda, como é a ideia de expulsar o
presidente dos palestianianos, do seu próprio país? Está tudo louco!... Não chega já a
ignomínia do "Muro de Sharon" construido como "aparthaid" para isolar os palestinianos?
Este muro, com 2 metros de altura, já tem 140 kilómetros de extensão, e lembra os campos de extermínio na alemanha de Hitler. Israel está a fazer tudo aquilo que foi condenado internacionalmente, está a fazer aos outros aquilo que não gosta que lhe tivessem feito. Sharon e o seu governo estão cegos, o seu ódio aos palestinianos não
lhes deixa ver as causas do problema. Violência, humilhação, terror, dão lugar a ódio,
vingança, destruição. Não se trata de domar um rebanho, não se trata de arrasar uma
montanha, de desviar um rio, de apagar um incêndio. Trata-se de aceitar os outros, de
os respeitar como iguais, de lhe estender a mão, de os aceitar como amigos e vizinhos.
Perante o que se está a passar na Palestina, onde Israel manda implodir prédios de 8
andares, onde ataca as populações com helicópeteros equipados de mísseis ou tanques
de guerra de última geração, o que podemos esperar dos restantes países árabes? Que
entrem -- mais uma vez -- em guerra contra Israel? Não, porque os judeus têm, atrás de
si, os Estados Unidos. Por isso, não admira que, os países árabes, fazendo o jogo dos
outros -- a hipócrisia -- apostem apenas na logística aos palestinianos, fornecendo-lhes
explosivos e dinheiro, como se faz com todas as guerras não declaradas.






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