2003/08/31

 
SALDOS DE VERÃO - ÚLTIMO DIA

"A governação não tem sido nem vai ser uma auto-estrada, há dificuldades, mas o
primeiro-ministro tem hoje prestígio que não tinha".
"[Paulo] Portas gosta da "cagança" de ser ministro, gosta do espectáculo de si mesmo.
Durão Barroso é um político de salão, sem excessos, foi sempre classe média, o que lhe
dá um grande equilíbrio. Ele tem uma concepção da sociedade a partir do Estado e não
do partido. Ele foi líder do partido porque só assim era primeiro-ministro, mas não é um
homem do partido. O lado mais frágil é o PSD, que não intervém. Durão levou uma nova
geração ao poder, deviamos estar a lançar uma nova geração no partido".
- - - - -(Opiniões anónimas de membros do Governo, recolhidas por São José Almeida,
- - - - -a propósito da "rentrée" do PSD, in Público de hoje)

"Os portugueses já não estão para comícios de "fim de verão". Por mais que os partidos
se esforcem por mobilizar militantes -- oferecendo sardinha e febra assada, dois copos de
vinho e a voz monocórdica de um qualquer artista de ocasião antes do discurso inflamado
de quem manda ou quer mandar no país -- a adesão confirma o quanto é inútil celebrar
o regresso da política".
- - - - -(Paulo João Santos, in Correio da Manhã, de ontem).

"Há muito que se deveria ter acabado com os esterotipados comícios de "rentrée", afinal
uma típica e gasta herança dos tempos do "cavaquismo". O PS devia inventar uma outra
"rentrée".
- - - - -(Manuel Maria Carrilho, in Expresso, de ontem).

"Estabeleceu-se uma enorme polémica, quando do funeral do tenente-coronel Maggiolo
Gouveia a propósito das honras militares que lhe eram devidas. Sem dúvida trata-se de
um tenente-coronel português... Quem são os traidores?".
- - - - -(Ricardo Durão, general reformado, ao que se dizia, em tempos, ligado ao ELP e à
- - - - -(fuga de Spínola para Espanha, depois do 11 de Março de 75, a propósito do "herói"
- - - - -(homenageado por Paulo Portas).

"Os heróis, para Paulo Portas, são os que conjugaram o verbo ficar? Então, todos os
outros, os que aceitaram os acordos que levaram ao reconhecimento das independências
são traidores? Os heróis, para Paulo Portas, são os que optaram por um dos partidos que
se confrontavam nas diversas colónias, alguns formados à pressa pelos ainda colonizadores?
Então, os que optaram por se manter neutros, leais ao poder em Portugal, são traidores?"
- - - - -(Vasco Lourenço, tenente-coronel do Exército, ex-MFA, ex-CR, ex-Governador
- - - - -Militar de Lisboa, e actual dirigente da Associação 25-Abril, in Público, de hoje).

"Falta então apenas superar as resistências da ala belicosa da Administração Bush para
que o absurdo erro iraquiano não se transforme num campo minado pelo terrorismo e
pelo radicalismo que a prazo fará chegar os seus estilhaços até à Europa".
- - - - -(Manuel Carvalho, Director-adjunto do Público, no seu Editorial de hoje".

"Estaremos condenados a ser espectadores impotentes entre a arrogância imperial da
hiperpotência, ideologicamente dimanada do fundamentalismo cristão, e o fanatismo
totalitário e terrorista? Há momentos como este, em que simultaneamente será preciso
reafirmar que como cidadãos não abdicámos de pensar, mas que tambem temos direito
à indignação, contra o fanatismo terrorista, contra a mentira, mas tambem contra a
cegueira."
- - - - -(Augusto M. Seabra, in "Espaço Público" do Público, de hoje).


"É muito mais fácil reconhecer o erro do que achar a verdade. Aquele encontra-se à
superfície e por isso se deixa apreender bem. A verdade encontra-se nas profundezas
e investigá-la não é tarefa para todos". - - - GOETHE.

Acabaram-se os saldos (da política).





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