2003/08/21

 
PAULO PORTAS ENREDADO EM FUNERAIS

Agora a Associação Portuguesa de Veteranos de Guerra (APVG) vem dizer que
o ministro da Defesa, Paulo Portas, "abriu um precedente" ao aceitar envolver o
seu ministério na transladação dos restos mortais de Maggiolo Gouveia, pelo que
reclama o mesmo tratamento para milhares de combatentes sepultados em terras
das ex-colónias.
"A Associação não questiona as opções políticas. Mas sempre que nos apareça um
caso identificado nas mesmas condições, vamos solicitar oficialmente ao Estado a
transladação", afirmou António Barreto à agência Lusa. "Há muitas famílias que
viram os seus filhos mortos nas ex-colónias e que não sabem onde estão", referiu
o ex-combatente que diz ter "conhecimento de dois militares raptados pelo MPLA
que foram executados pela guerrilha. Ainda hoje estão dados como desaparecidos".
António Cabeço, ex-deputado socialista, foi bastante concreto na sua reivindicação,
ao exigir do ministro da Defesa, "empenhamento total na transladação de todos os
militares mortos na guerra colonial".

Paulo Portas, que nunca foi militar, continua a "tropeçar em parada", ouvindo muito
bem o oficial-de-dia, quando este dá ordem de "direita, volver!" mas esquecendo-se
sempre da voz de "esquerda, volver!" pelo que, dessa maneira, nunca conseguirá sair
do quartel -- pois ninguém lhe dará a ordem de "em frente, marche!".

O ministro Paulo Portas, ao homenagear um desertor do Exército português -- com o
argumento de que Maggiolo Gouveia era um anticomunista -- cometeu um erro que
lhe pode ser fatal.

Quém andava à procura de heróis, numa altura em que o país estava em chamas e
e onde todos os Bombeiros Voluntários foram heróis, não pode ser levado a sério,
isso é apenas uma tonteria da "silly season". Ainda para mais quando o ministro PP
não apareceu nos incêndios, com os militares, para apoiar as vítimas e mostrar, com
isso, que o conceito de defesa nacional engloba as catásfores naturais.

Com a homenagem a um ex-tenente-coronel do Exército português, Paulo Portas
abriu a caixa de Pandora da nossa guerra colonial. Já havia prometido mundos e fundos
aos ex-combatentes, à Associação de Deficientes das Forças Armadas (ADFA), sem que,
até agora, nenhuma promessa fosse concretizada. Com este episódio, o ministro da
Defesa não vai ter tempo para atender todos os pedidos de transladação... O melhor,
para ele, será entregar este processo a uma Moderna agência que se encarregue de
todos os trâmites legais... Falta saber, onde irá arranjar o dinheiro para tanto caixão.





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