2003/08/14

 
OS PAPAGAIOS NEO-CONSERVADORES

Para avaliarmos o pulsar do "país real" permito-me transcrever o seguinte:

"Paulo Portas, como se sabia e esperava, e como tinha prometido, está em
velocidade de cruzeiro na mudança e reequipamento das FA, mesmo em ano
de crise e contenção: já introduziu a central de compras, vai anunciar hoje a
compra dos blindados para o exército, terá a opção final dos submarinos na
primeira quinzena de Setembro, tem em estado avançado e quase final o
acordo dos P-3 Orion, e em fase de discussão os helicópteros e o avião de
transporte de tropas. Afinal era só fogo-de-artifício?".
(Luis Delgado, in "Linhas Direitas" do DN de hoje)

"...A mata florestal que abrange os concelhos de Monchique e Aljezur está
recortada por estradas e aceiros. Do litoral, separa-a uma estrada de alcatrão
que liga Marmelete a Aljezur. Controlar esta estrada é fácil, se forem colocados
de prevenção meios necessários logo que o fogo comece na encosta sul.
Como é que foi possivel deixar um incêndio que começou na Mexilhoeira Grande
galgar a encosta e passar para norte desta estrada? Estive lá, ontem, vendo
com desespero, as chamas consumirem lentamente o mato, em contraste com
a voragem das chamas na massa florestal. Nos recantos, viaturas de bombeiros
do Alentejo e de Setubal aguardavam ordens dos comandos enquanto o fogo
alastrava. Alguns pareciam perdidos naquele labirinto de caminhos. Parecia
tão fácil impedir ali mesmo o avanço das chamas! Os militares, jovens, não
sabiam o que fazer. Não traziam ferramentas, nem alimentos. Estavam ali,
impreparados e sem meios, joguete das estatísticas oficiais do Dr. Portas.
E agora?
"... Vamos continuar dependentes do voluntariado de homens que correm o
risco de despedimento por se ausentarem do seu trabalho para prestar um
serviço público?
Vamos continuar a comprar aviões de guerra e submarinos, em vez de aviões
de combate aos incêndios e barcos de prevenção de marés negras? Que país
miserável é este que tem apenas um helicóptero na serra de Monchique e
abastecimento para os Canadair a mais de 200km de distância? Que alienou
as casas dos guardas florestais, acabou com os guarda-rios e deixou de vigiar
as florestas?".
(Maria da Graça Mateus in "Cartas ao Director" do Público de hoje).

É evidente que Luis Delgado, jornalista e tambem director da Lusa, não está
com e neste país. O seu fado são os "States" dos neo-conservadores, e aqui,
ajuda os seus amigos, como o fez no início deste ano, na sua Coluna Direita,
atribuindo pontos e vaticinando "obras valerosas" a cada um dos ministros
de Durão Barroso. Já nessa altura, Luis Delgado, "previu" um futuro brilhante
e sonoro para o ministro Paulo Portas. Não admira pois que, nestes dias de
calamidade pública, resultante dos pavorosos incêndios que assolam o país,
Luis Delgado mais não veja nem sinta do que o "aproveitamento escolar" do
seu pupilo Paulo Portas, a quém em Janeiro terá dado a notação 20.
É uma lástima que Luis Delgado seja director da agência noticiosa LUSA, e
uma desgraça que Paulo Portas continue a ser ministro da Defesa nacional.
Alguem o tem visto, nestes dias de incêndios, quando o país fenece, sem
meios para garantir a segurança e os bens dos portugueses?





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