2003/08/17

 
OS NOSSOS ACTOS E O EFEITO "BOOMERANG"

Ao ler nos jornais de hoje que Idi Amin Dada faleceu no Hospital Rei Faiçal, em
Jiddah, Arábia Saudita, lembrei-me da sabedoria dos mestres Lao Tse, Confúcio
e Buda: "o poder exerce-se com justiça, bondade e compreensão"; "todos aqueles
que lutarem contra a Existência, contra as leis da Natureza, serão vítimas dos seus
próprios actos".

Numa breve análise à acção política dos "poderosos" que governaram o mundo nos
últimos 30 anos, em regime ditatorial e sanguinário, conclui que o fim de vida de
todos eles, foi inglório, cheio de sofrimento e em nenhum caso levaram com eles,
para o Além, as fortunas pilhadas aos povos que exploraram.

Idi Amin foi um tirano que matou mais de 400.000 ugandeses; morreu depois de
estar em coma há muitos meses; como ele, era Bokassa, da República Centro-
Africana, acusado de canibalismo, foi condenados a trabalhos forçados perpétuos;
Mobutu, morreu de cancro; Foday Sankoh, da Serra Leoa, teve um final trágico.
Na Ásia, Pol Pot, (kmer vermelho do Camboja) depois de, durante uma década,
ter mandado matar mais de 3 milhões de cambojanos, acabou por morrer doente,
só e abandonado nas selvas daquele país. Nas Filipinas, Ferdinando Marcos e sua
mulher Imelda, desviaram centenas de milhões de dolares, dos quais foram depois
recuperados alguns milhões, após o golpe militar que o apeou do poder. Por ali,
havia tambem o Suharto que delapidou a Indonésia ao longo de 30 anos. Depois
nas Américas do sul e central, houve os Somoza na Nicarágua, o Fulgêncio
Baptista em Cuba, Stroessner no Paraguai, François Duvalier no Haiti e Pinochet
do Chile, que mandou executar uns 6 mil chilenos dos quais ainda hoje não se
sabe onde repousam as suas ossadas. Todos estes tiveram um fim inglório.
Ainda podemos apontar como perseguidos pela justiça divina ou por ela condenados
a morrer de grave doença, os seguintes políticos que abusaram do seu poder,
impondo a sua vontade ou criando grandes tensões sociais das quais resultou
mal-estar e sofrimento para o seu povo: Nicolau Ceausescu, Franco, Salazar,
Reza Palevy, Sadam Hussein (já está a ser humilhado). Tambem não teve um
fim de vida feliz a senhora Tatcher, e Ronaldo Reagan está muito, muito doente.

Um punhado de casos ao acaso, que bem merecia ser analisado em profundidade,
para vermos até onde é verdade o aforismo: "respeitando os outros, estás a
respeitar-te a ti". Ou não será verdade que, quem semear o ódio, a ira, a raiva, a
dor e o sofrimento, acaba sempre por apanhar com tudo isso, porque existiu, desde
sempre, o efeito "boomerang"?

A política e o poder puxam pelo ego, levam as pessoas a lutarem contra os outros,
a humilharem os vencidos, a corromper as consciências, a desprezar os fracos.
No entanto, pelos exemplos que acabamos de ver, parece haver uma espécie de
"maldição" que persegue todos aqueles que ao chegarem ao poder, abusam da
sua "condição de simples mortais" e tornam-se ditadores opressivos, ou então em
ditadores iluminados, afirmando "eu quero, posso e mando": obedeçam-me!





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