2003/08/11

 
O VERÃO QUENTE DO NOSSO DESCONTENTAMENTO

"O senhor ministro (Paulo Portas), apesar do seu apregoado patriotismo, não reune
as condições mínimas necessárias para liderar uma instituição que se obriga a respei-
tar princípios que o próprio desrespeita. Actualmente, a autoridade de que goza é
simplesmente de natureza formal, a que corresponde um respeito de etiqueta, tambem
meramente formal, dirigido à figura do ministro da Defesa, mas não de quem desem-
penha o cargo. O que não é de menor importância".
"Veriamos com bons olhos a deslocação do actual ministro da Defesa para outro minis-
tério e/ou a sua substituição por alguém do seu próprio partido". ... O ministro não tem
de ser perfeito. Nos tempos que correm já nem precisa de ser um homem sério a tempo
inteiro. Basta-nos que o seja no exercício das suas funções e que nos considere. Para
continuar a dispor da nossa interminável paciência e "incondicional" subordinação".
(in Carta aberta ao ministro Paulo Portas, subscrita por um oficial superior, major do
Exército português, no activo, publicado no Público de hoje).

"A Associação dos Oficiais das Forças Armadas (AOFA) elogiou ontém os ex-chefes do
Estado Maior do Exército (CEME) pelo jantar em que criticaram o ministro da Defesa,
Paulo Portas"... "O polémico jantar seguiu-se à demissão do ex-CEME Silva Viegas,
que alegou falta de confiança política em Paulo Portas. Alguns comentadores defen-
deram que é o ministro quem deve ter confiança nas chefias e não o inverso. A AOFA
considera este pensamento próprio de um regime ditatorial e sublinha que a confiança
tem de ser multilateral, sob pena de rupturas insanáveis. A AOFA sublinha ainda que
deve haver "subordinação" dos militares ao poder político, mas não "submissão".
(Comunicado da AOFA, citado por Pedro Ribeiro, no Público de hoje)

"Votadas com sucesso algumas reformas significativas, apresentado um projecto de
reformulação da administração pública, imposto o princípio da austeridade orçamental,
tudo levava a crer que o Governo poderia ir para férias, com excepção da incessante
e austera vigilância de Manuela Ferreira Leite. As revistas da especialidade estavam
prontas a seguir as maratonas bailarinas (!) de Paulo Portas, capazes de o deixarem,
segundo declarações da própria Cinha Jardim, de gatas. Como a Oposição parece
encontrar-se no mesmo estado (de gatas), abria-se a Durão Barroso uma estrada
estival cor-de-rosa. De súbito, um sinal de fumo inquietante: demissão do CEME
por ter perdido a confiança no ministro da tutela. Depois, as divergências acumuladas
por Figueiredo Lopes (ministro da Administração Interna) ganham um peso especial:
a nomeação de Gil Martins (do SNBPC) mostrou-se desastrosa. A falta de meios foi
vista através de todas as televisões, a descoordenação dos coordenadores tambem.
O ministro (Figueiredo Lopes) não tem discurso para as circunstâncias".
(Eduardo Prado Coelho in "O Fio do Horizonte", editado no Público de hoje).

"O ministro da Administração Interna é o ministro-lotaria. Figueiredo Lopes ainda não
foi porta fora, porque tem a ronha toda de quem anda nesta vida de ministérios há
tempo de mais".
(Francisco Moita Flores in Correio da Manhã citado pelo Público de hoje).

"Durão Barroso podia ter feito mais e melhor. A nomeação dos inenarráveis Figueiredo
Lopes e Amilcar Theias (do Ambiente) a evidente descoordenação estratégica no
combate aos incêndios, os cortes orçamentais que fragilizaram as acções de prevenção,
o desastroso impacto na economia figuram a débito no seu livro de contabilidade".
(Fernando Diogo in Expresso citado pelo Público de hoje).

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Era benéfico para todos, que viessem aí umas chuvadas valentes, para refrescar
e lavar as terras calcinadas pelos incêndios, e tambem para que os portugueses
serenassem os ânimos exaltados, a fim de podermos dar a volta a este fado triste.





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