2003/08/24

 
O OUTONO VAI SER DE POLÉMICA

"Como aceitar o dispêndio de mais de 200 milhões de contos em dois submarinos
inúteis quando, pelo mesmo dinheiro, se poderia reequipar eficazmente o dispositivo
de protecção costeira e o sistema de combate a fogos? Sei do incómodo que este
problema provoca e da controvérsia que gera no meio castrense, mas disponho-me,
lá mais para o Inverno, a abordá-lo. À civil."
- - - - (Luis Nazaré, economista e professor do ISEG, in Jornal de Negócios de 21/8).

"A par da falta de todo o procedimento, o vastíssimo parque de camiões-cisterna --
de pequena, média e grande dimensão -- que operam no negócio de transporte de
água, leite, vinho, desperdícios industriais e todo o resto, deveriam ter sido requesi-
tados para intervirem em cadeias de reabastecimento. A logística foi ignorada no
combate aos fogos e isso vai custar muito caro ao país".
- - - - (Luis Abrunhosa Branco, membro da Associação Mundial de Editores de Trans-
porte, in "Carga & Transportes" do Público de 11/8).

"No dia 30 de Agosto, o país vai saber se Portugal fica no projecto colaborativo
europeu do avião estratégico militar A400M ou se sai do consórcio. Se Portugal puder
decidir ficar no avião A400M por acreditar na União Europeia, então, virtuosamente,
a política de defesa encontra tambem a política industrial. O país precisa como pão
para a boca de uma indústria dinâmica, com elevadas produtividades para arrastar
a enorme logística que toda a indústria traz consigo. A privatização da OGMA e o
projecto colaborativo do A400M seria um bom começo".
- - - - (J. Elias de Freitas, perito em Aeronáutica, in Público de ontem).


Para além do folclore partidário durante a "rentrée" política, o Governo de Durão
Barroso vai ter pela frente uma série de problemas económicos, politicos e sociais
que lhe vão complicar a agenda do Orçamento para 2004. O crescimento económico
bateu no fundo, o Código de Trabalho vai-se descaracterizando, os dirigentes sindicais
preparam os movimentos de contestação às medidas governamentais. Por outro lado,
espera-se o Livro Branco sobre os incêndios, o envio de GNRs para o Iraque ocupado,
pode trazer graves consequências. O ministro da Defesa, Paulo Portas, optou por
arranjar uma solução americana, pondo em risco a nossa adesão ao A400M europeu,
e, por arrasto, a perda de uma fatia importante da nossa indústria aeronáutica, para
o que já se tinha pensada a privatização das OGMA. O dinheirão de dois submarinos,
(fala-se em 200 milhões de contos) é uma afronta, pois Bagão Félix -- o Governo -- já
não tem dinheiros para a Segurança Social, estando a pagar subsídios por calamidade,
com dinheiros dos fundos de pensões. A consolidação orçamental pode revelar números
desconcertantes, e Manuela Ferreira Leite viverá, certamente, angustiada com o PEC
por causa do limite dos 3%. Desejo sinceramente que o país consiga ultrapassar estas
dificuldades. A Nação precisa de confiança, serenidade e trabalho duro para "renascer"
das cinzas deixadas pelos incêndios deste Verão. Todos merecemos um futuro melhor,
com mais riqueza, mais bem-estar, mais alegria.





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