2003/08/05

 
MAIS ACÇÃO MENOS PALAVRAS

As pessoas estão assustadas perante a calamidade incendária que assola o
país. E, estão com os nervos à flor da pele, irritadas, indignadas com tudo e
com todos. O descontrolo emocional é evidente.
Vejamos alguns exemplos deste estado de nervos e de angústia incontida:

-Os produtores florestais, pela voz de José Manuel Casqueiro, vêm dizer que
a proposta de medidas tomadas pelo governo, para aliviar a tragédia, "são
medidas atabalhoadas, nada objectivas, um verdadeiro flop";
-A Direcção Geral de Florestas, a propósito do incêndio do Pinhal de Leiria,
diz que a responsabilidade é da Direcção Regional de Agricultura da Beira
Litoral ", por força das alterações orgânicas feitas pelo PS em 1996";
-António Jesus Oliveira, em carta dirigida ao Director do "Público", levanta a
hipótese destes incêndios serem um "atentado terrorista -- um 11 Setembro
português -- por o nosso país ter apoiado a guerra contra o Iraque";
-Álvaro de Sousa, leitor do referido jornal, sugere, entre outras coisas, que
"o governo deve emitir dívida pública, a subscrever pelas seguradoras", já
que o Orçamento tem escassez de meios (dinheiro);
-O Prof. Vital Moreira, aponta diversas causas para estes incêndios florestais
entre elas "a introdução do eucalipto e o círculo vicioso do (des)ordenamento
florestal vigente", lembrando ainda que a Lei de Fomento Florestal de 1938,
"com a arborização de baldios e serranias interiores a norte do rio Tejo,
contribuiu logo para a expulsão das comunidades pastoris";
-O Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, diz que "o governo andou mal, atrasou-se
e que, nestas coisas, tem que haver sempre alguém que é o responsável",
e, como tal, deve ser demitido;
-Adérito Serrão, presidente do Instituto de Meteorologia, diz que logo, a 29
de Julho, foi emitido um aviso das previsões meteorológicas, que apontavam
para as "condições favoráveis à ocorrência de incêndios".

Convém haver um pouco de serenidade, porque os acontecimentos ainda
requerem muito cuidado, muito esforço, muita acção, e menos palavras.

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Nesta altura há que destacar o seguinte:

1º)- O esforço heróico dos Bombeiros Voluntários, que têm superado todas
as carências de meios, lutando corajosamente (sem dormir nem comer)
contra as chamas infernais e procurando acudir ás populações angustiadas;

2º)- O serviço prestado pelos nossos canais de Televisão, que não pouparam
meios para informar o país sobre a dimensão desta tragédia nacional, trazendo
até nós imagens impressionantes de realismo, trágico e dantesco dos fogos.

3º)- A cobertura feita pelos principais jornais diários, e que tão bem souberam
interpretar (através dos seus reporters), a angústia, o pavor e o medo sentidos
pelas populações vítimadas por esta tragédia;

4º)-A presença das Forças Armadas que, finalmente ,se tornou visível, actuando
ao lado dos Bombeiros Voluntários, executando tarefas de combate a incêndios
e tambem de vigilância e de logística operacional.







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