2003/08/27

 
AINDA SOBRE MAGGIOLO GOUVEIA

"Parabéns ao fotógrafo do jornal Público de 19-08-2003, pelo excelente trabalho de
reportagem da cerimónia de um funeral a que o Dr. Paulo Portas concedeu honras
militares... O fotógrafo, cujo nome desconheço, prestou um grande serviço ao país.
Estas imagens, mais que as palavras de muitos opositores de inegável prestígio e
reconhecidos dotes oratórios "arrasam" (este termo é muito querido do vosso jornal)
o Dr. Paulo Portas e cobrem-no irremediavelmente de ridículo".
- - - - (Ana Maria Ribeiro da Silva, in Cartas ao Director do Público, de hoje) - - - - - -

"O snr. Maggiolo era um oficial do Exército português, que, antes e depois do 25 de
Abril, prosseguia a política decretada pelo Governo. Depois da Revolução dos Cravos
para a qual dei o meu contributo ao contrário de muitos que hoje ocupam cargos
políticos e tentam falar de cátedra, não colhe o argumento, muitas vezes usado, de
que a política definida não emanava de um governo legítimo e democrático.
"O snr. Maggiolo Gouveia desertou, assumindo publicamente essa deserção, do
Exército português. Ao desertar, cometeu um crime à face da lei portuguesa. Estes
são, objectivamente, os factos? Não me cabe a mim nem a ninguém, neste âmbito,
julgar sobre as razões desta atitude. O Governo podia ter perdoado ao snr. Maggiolo
Gouveia o crime de deserção, mas preferiu premiá-lo transformando-o em herói.
Primeiro premiou o crime de deserção, o que não deixa de ser curioso. Em segundo
lugar está a dizer ao país e aos portugueses: ponham os olhos neste exemplo!
Sigam-no! É esta a mensagem que o Governo está a transmitir aos GNR que partem
para o Iraque?
...Num país que perdeu o norte e onde os valores éticos e morais cada vez estão
mais esquecidos, vamos perdendo a capacidade de nos indignarmos".
- - - -(Rui Gomes, in Cartas ao Director do Público, de hoje) - - - - - - - - - - - - - - - -

Numa carta que enviei, por e-mail, para "Cartas ao Director", em 15-08-2003, sobre
este assunto, e a qual não foi editada pelo Público, perguntava eu a finalizar:
"Se amanhã os militares de George Bush, em serviço no Iraque, no Afganistão e em
Guantanamo desertarem, alegando problemas de consciência, que lhes vai acontecer?
Serão perseguidos e condenados por deserção e alta traição. Porque esse é o regi-
mento dos militares: não pode haver deserções, seja na frente de guerra, seja na
manutenção da paz.
Dizer bem daqueles que já morreram, parece ser uma maneira de estarmos bem
connosco. Neste caso, deixemos a família de Maggiolo Gouveia, e pensemos um pouco
nos ex-combatentes, sobretudo na Associação dos Deficientes das Forças Armadas,
que certamente precisam ainda muito da nossa compreensão e da nossa ajuda, --
e a quem Paulo Portas tanto deve, em promessas feitas".
- - - - - - - - - -
Gostaria de dizer a Rui Gomes, que não podemos desistir, acomodar-nos, temos que
continuar a indignar-nos, para que a lei, a justiça, a ética e a moral, prevaleçam. E para
que os oportunistas, os corruptos e os detractores da verdade sejam denunciados e
julgados pela sociedade.





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