2007/10/04
A DITADURA MILITAR DE MYANMAR...
Corre por aí um abaixo assinado protestando contra a Junta Militar instalada
no poder em Rangum, capital da Birmânia, e pedindo a democracia para aquele
país. Este acto de solidariedade segue-se à repressão exercida sobre os monges
que sairam dos seus mosteiros para protestar nas ruas contra o aumento de 500
por cento nos combustíveis, já que a sociedade civil parecia impotente para o fazer.
Este desafio dos monges foi brutalmente repelido pela Junta Militar, que obrigou
os monges a regressar aos seus mosteiros e logo decretou o recolher obrigatório.
A ditadura militar tomou o poder em 1988, e daí até agora a Birmânia tem vivido
a ferro e fogo, sem que o mundo se tenha revoltado contra a ditadura. Este silêncio
foi quebrado em 1991, quando a estudante Aung San Suu Kyi, filha de Aung San,
militar da liberdade e fundador do exército birmanês, recebeu o Prémio Nobel da
Paz. Já passaram 16 anos, Suu Kyi está em prisão domiciliária, e o país continua
a ser governado pela Junta. O mundo tem esquecido o povo da Birmânia.
A União de Myanmar -- foi este o nome escolhido pela Junta -- é um país
com mais de 7 etnias, composto por 7 estados, tem 7 vezes a área de Portugal.
A Junta Militar foi inicialmente aceite por lutar contra uma Birmânia comunista.
Tem fronteiras com a Tailândia, o Laos, a China, Bangladesh e Índia. Myanmar é
membro da ASEAN, e tem assistido às reuniões dos países asiáticos. A Tailândia é o
principal parceiro comercial, com cerca de 45 por cento. Segue-se a China, a Índia,
a Indonésia, o Japão. Os Estados Unidos cancelaram todas as trocas. As carências
são imensas, 40 por cento da população vive de trabalho agrícola e 35 nos serviços.
A corrupção e a droga grassam a economia do país. Myanmar é o segundo produtor
mundial de ópio, logo atrás do Afganistão. Junto à fronteira com a Tailândia existe
um "estado" com exército próprio, que se limita a ataques esporádicos. A Junta
faz lembrar os tempos do general Noriega no Panamá, um general treinado nos
Estados Unidos, amigo da CIA, e que acabou por ser preso por narcotráfico, no
tempo de Ronald Reagan, que mandou os marines invadir o Panamá...
As vestais acusam a China por nada fazer contra a Junta, mas a política externa
da China não é, nunca foi, a da canhoeira. A China não invade países. Os culpados
são, em grande medida, os países da ASEAN, que recebem a Junta nos fóruns
anuais, e não fazem o que faz o governo de Sua Magestade com Robert Mugabe
do Zimbabwe... Inicialmente houve quem aplaudisse a Junta, quando tomou o
poder para combater o comunismo... Agora não têm coragem de afrontar os
generais, preferem esperar pela reacção dos "estados étnicos" da Birmânia...
Mas não foram justos quando encorajaram os monges a sair dos conventos para
protestarem nas ruas de Rangum. Os monges são pessoas inocentes, não fazem
a guerra, não têm armas, não têm coletes à prova de bala -- andam descalços,
famintos, e apenas cobertos com um manto. Não são carne para canhão.
É preciso fazer alguma coisa pela Birmânia, ela que já deu ao mundo um seu
filho que dirigiu a ONU e ajudou a resolver, em paz, muitos conflitos regionais.
Refiro-me a U Tant, ex-Secretário Geral das Nações Unidas.
O petróleo iraquiano continua a arder... Em Baji, 180 kms de Bagdade.
Corre por aí um abaixo assinado protestando contra a Junta Militar instalada
no poder em Rangum, capital da Birmânia, e pedindo a democracia para aquele
país. Este acto de solidariedade segue-se à repressão exercida sobre os monges
que sairam dos seus mosteiros para protestar nas ruas contra o aumento de 500
por cento nos combustíveis, já que a sociedade civil parecia impotente para o fazer.
Este desafio dos monges foi brutalmente repelido pela Junta Militar, que obrigou
os monges a regressar aos seus mosteiros e logo decretou o recolher obrigatório.
A ditadura militar tomou o poder em 1988, e daí até agora a Birmânia tem vivido
a ferro e fogo, sem que o mundo se tenha revoltado contra a ditadura. Este silêncio
foi quebrado em 1991, quando a estudante Aung San Suu Kyi, filha de Aung San,
militar da liberdade e fundador do exército birmanês, recebeu o Prémio Nobel da
Paz. Já passaram 16 anos, Suu Kyi está em prisão domiciliária, e o país continua
a ser governado pela Junta. O mundo tem esquecido o povo da Birmânia.
A União de Myanmar -- foi este o nome escolhido pela Junta -- é um país
com mais de 7 etnias, composto por 7 estados, tem 7 vezes a área de Portugal.
A Junta Militar foi inicialmente aceite por lutar contra uma Birmânia comunista.
Tem fronteiras com a Tailândia, o Laos, a China, Bangladesh e Índia. Myanmar é
membro da ASEAN, e tem assistido às reuniões dos países asiáticos. A Tailândia é o
principal parceiro comercial, com cerca de 45 por cento. Segue-se a China, a Índia,
a Indonésia, o Japão. Os Estados Unidos cancelaram todas as trocas. As carências
são imensas, 40 por cento da população vive de trabalho agrícola e 35 nos serviços.
A corrupção e a droga grassam a economia do país. Myanmar é o segundo produtor
mundial de ópio, logo atrás do Afganistão. Junto à fronteira com a Tailândia existe
um "estado" com exército próprio, que se limita a ataques esporádicos. A Junta
faz lembrar os tempos do general Noriega no Panamá, um general treinado nos
Estados Unidos, amigo da CIA, e que acabou por ser preso por narcotráfico, no
tempo de Ronald Reagan, que mandou os marines invadir o Panamá...
As vestais acusam a China por nada fazer contra a Junta, mas a política externa
da China não é, nunca foi, a da canhoeira. A China não invade países. Os culpados
são, em grande medida, os países da ASEAN, que recebem a Junta nos fóruns
anuais, e não fazem o que faz o governo de Sua Magestade com Robert Mugabe
do Zimbabwe... Inicialmente houve quem aplaudisse a Junta, quando tomou o
poder para combater o comunismo... Agora não têm coragem de afrontar os
generais, preferem esperar pela reacção dos "estados étnicos" da Birmânia...
Mas não foram justos quando encorajaram os monges a sair dos conventos para
protestarem nas ruas de Rangum. Os monges são pessoas inocentes, não fazem
a guerra, não têm armas, não têm coletes à prova de bala -- andam descalços,
famintos, e apenas cobertos com um manto. Não são carne para canhão.
É preciso fazer alguma coisa pela Birmânia, ela que já deu ao mundo um seu
filho que dirigiu a ONU e ajudou a resolver, em paz, muitos conflitos regionais.
Refiro-me a U Tant, ex-Secretário Geral das Nações Unidas.
O petróleo iraquiano continua a arder... Em Baji, 180 kms de Bagdade.
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