2006/03/18
Afinal o Congresso do PSD, convocado para alterar os estatutos do partido por
forma a encaixar as directas, não passou de um show transmitido em diferido.
Depois de tanta cena, protagonizada pelos ressabiados com Marques Mendes,
tudo acabou por ser decido nos bastidores do Congresso. Esta, é a táctica daqueles
que querem avançar, mas acham que ainda não é chegada a hora da verdade. Por
isso aceitam Marques Mendes, e aguardam agora que o líder marque as eleições
directas, para as quais já disse estar disponível. Mendes vai ganhar, novamente, e
daqui por dois anos, haverá então uma corrida a sério, com candidatos a disputar
a liderança ao actual líder. Por agora deixam Mendes gerir a travessia do deserto.
Ainda faltam tres anos para as eleições legislativas. É muito tempo para gerir
um partido fora do poder. Vai haver muito deslize, do líder e dos seus opositores.
Marques Mendes disse que o PSD tem a sua "própria agenda, mas Cavaco Silva
sabe que terá o nosso respeito". Por outro lado, Marques Mendes faz oposição ao
Governo, baseado práticamente num pressuposto: "O país está pior que há um
ano". Era Jerónimo e o BE quem utilizava este chavão, mas a direita chamou a si
estes pregões. Se daqui a um ano a economia tiver um crescimento sustentável,
que irá dizer Marques Mendes? Vai dizer o contrário das estatísticas, do discurso
e da análise feita pelo PR, que é um economista?... E se assim acontecer, até onde
poderá ir a dessintonia entre o PSD e Cavaco Silva? Iremos ter confronto verbal
entre o líder do PSD e o PR?... Se isto acontecer, é muito provável que o PSD
tenha que fazer o mesmo que fez o CDS/PP: devolver o retrato de Cavaco Silva
por correio para o Largo do Rato. Será mais um caso de incompatibilidade entre
o pragmatismo de Cavaco Silva e o oportunismo populista da direita do PSD...
No dia 19 de Março de 2003 as tropas americanas e britânicas
invadiram o Iraque, bombardeando a trouxe-mouche a sua capital.
Um espectáculo dantesco, infernal, encenado em mentiras grosseiras.
Neste momento acontecem manifestações anti-guerra na Austrália,
Singapura, Nova Zelândia e Japão. Em Londres já se anteciparam...
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