2005/04/06

 
Mais uma vez, José Manuel Fernandes, que parece representar a política e os
anseios de George Bush, vem zurzir em Jacques Chirac e falar n"O Mal da França"
no seu editorial de hoje, no "Público".
"Chirac é um sobrevivente político a que falta qualquer dimensão de Estado.
Político de vistas curtas, sem espinha vertebral, adapta o discurso às circunstâncias
e ao que pensa ser popular. [...] Continua a fazer diplomacia por conta própria, quer
nas relações com a Rússia de Putin, quer na insistência do levantamento do embargo
de armas à China para promover as empresas francesas"....
Com amigos destes, a Europa não vai longe. Tendo sido maoísta-trotzkista, como o
foi Durão Barroso, será que este segue os passos de JMF, minando o futuro da UE?.
Não vejo o JMF criticar George Bush pela venda de aviões de combate F-16 ao
Paquistão!... Que já tem armas atómicas e mísseis balísticos, que amanhã (por mais
um golpe de estado - como fez Musharaf) podem cair na mãos dos islamistas ou dos
talibans. O Zé Manuel não critica Bush pela venda de armas à Indonésia, à Coreia
do Sul, ao Japão, à Arábia Saudita, à Jordânia e aos Emiratos Árabes Unidos and
so on, porque Bush pretende promover as empresas americanas...

JMF e George Bush estão preocupados com a concorrência europeia no mercado
de armemento. Não querem que a Venezuela equipe as FA com armas modernas.
Acusam Chavez por comprar 100 mil AK-47 à Rússia, aviões de combate ao Brasil,
traineiras a Espanha, helicópeteros de assalto e aviões Mig-29 à Rússia, dizendo
que Chavez se prepara para "conquistar" os países sul-americanos, realizando o
sonho de Simão Bolívar... Argumentam que, tal armamento, se destina à subversão
na Colômbia, Nicarágua e Bolívia -- os únicos países latino-americanos que ainda
giram em torno do "Grande Vizinho do Norte". A França tambem é acusada de
vender armas a Chavez. E Chavez é acusado de comprar armas à Índia, à China.
É acusado de trocar a assistência petrolífera dos americanos pelos técnicos do Irão.
O "terrível" Chavez é acusado de vender petróleo ao desbarato a Cuba por troca
dos serviços prestados por milhares de professores e médicos cubanos a trabalhar
na Venezuela. Na CIA, diz-se que é preciso acabar com o eixo Cuba-Venezuela.

Os fantasmas do mal continuam a preocupar Bush. A sua política externa não
vai ser muito diferente. A National Review, da ala direita republicana, citada por
Jim Lobe no Dawn de Islamabad, dedicou uma das suas edições para contar a
história sobre "Latin America's Terrible Two", escrita por Otto Reich, colaborador
de Bush no primeiro mandato. Os terríveis "two" são Chavez e Castro... Seriam
tres, mas não quizeram mencionar Lula da Silva. Com gente assim, é de esperar
mais instabilidade política nos países sul-americanos, aqueles que procuram
viver fora do eixo dos EUA. Resta a esperança de algumas consciências mais
avisadas: "Lidámos com Castro como sendo a "encarnação do Diabo", e fizemos
com isso um motivo de chacota na América Latina, mas nada que efectivamente
levasse a encorajar a democratização e os direitos humanos em Cuba. Se fizermos
outro tanto com Chavez, teremos os mesmos resultados", refere Geoffrey Thale
do Washington Office para a America Latina.
O ódio de JMF pela França, é o outro lado da sua beata adoração pelos States.





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