2006/03/06

 
O tarólogo Luis Delgado vem hoje no DN tecer lôas a Cavaco Silva, e mais:
atreve-se a revelar o futuro do novo Presidente da República, coisa que poucos
"videntes" ousam fazer. O tarólogo Luis Delgado diz que Cavaco Silva é "línear",
"metódico", "exigente", "fechado". "Cavaco é como um piloto automático", confessa
o leitor de tarot, acrescentando: "Seria sempre um grande piloto de aviões". "Dele
não se pode esperar altos e baixos, dias sim e dias não". No entanto o tarólogo Luis
Delgado, apesar de deitar cartas, não consegue adivinhar tudo. Cavaco é "fechado",
diz o tarólogo, mas ele vai abrir-se, acrescenta, sem explicar... Esse "será o único
traço de personalidade de que só o tempo mostrará como conseguiu resolver"...
Os tarólogos, e videntes do que está escrito nas estrelas, nunca conseguem dar-nos
uma explicação convincente e certeira. Eu que votei em Cavaco Silva por achar que
é a pessoa ideal para colocar as coisas no seu devido lugar, tenho vergonha e nojo
ao ver estes adivinhos e tarólogos na praça pública, dizerem tanta barbaridade.

Na classe dos jornalistas os ânimos estão esquentados. Temem a censura,
e cortes à liberdade de imprensa. Para eles (para todos nós), a liberdade de falar,
de criticar, de informar, é um dos pilares da democracia. Mas não é isso que está
em causa. A liberdade de imprensa, em Portugal, existirá enquanto formos parte
da União Europeia. Só que, no mundo de hoje, a par da liberdade, deve exigir-se,
tambem, responsabilidade. E sabemos, pelo que vemos, que cada vez há menos
"responsabilidade", que cada vez há mais gente para quem a "responsabilidade"
é coisa vaga, palavra chata, coisa anti-liberal. Os competidores, os que buscam o
sucesso a qualquer preço, os defensores radicais da "liberdade total", não querem
barreiras, nem limites... Mas o mundo não pode ir por aí, caminhar insanamente
para o vale-tudo, levar-nos ao cáos da irresponsabilidade. No mundo actual, será
cada vez mais necessário pedir "responsabilidade" aos cidadãos, dado que vivemos
num mundo cada vez mais violento, sórdido e perigoso. É bom ser responsável.

Nesta guerra de palavras pela luta da "liberdade" de expressão, devemos
lutar tambem pela defesa da responsabilidade, pela exigência dos valores éticos
e deontológicos. Não misturar alhos com bugalhos. Saber separar o trigo do jóio.
Acontece que, no caso em questão, o que está em causa -- quanto a mim -- não é
a "liberdade de informar", mas sim o "mercantilismo" da informação. Com efeito,
o caso reporta-se a um tablóide, que luta para sobreviver, com tiragens reduzidas,
vivendo exclusivamente da intriga, do fait-divers, dos bastidores do jet-set. Um
pasquim sórdido, onde tudo vale, desde que aumente as audiências. Um tablóide
que arregimenta free-lancers pouco escrupulosos, que são capazes de tudo fazer
para obter uma boa "cacha", uma história de faca-e-alguidar, ainda que, para tal,
tenham que comprar, subornar, violar segredos de justiça, etc., etc.
É desbaratar créditos, por tão pouco valor. É defender o mau, como sendo óptimo.

Mercado de árvores em Cabul, Afganistão... As sucessivas guerras,
a falta de combustíveis e a pobreza, conduziram o país à desflorestação
provocada pelas tribos que utilizavam árvores para cozinhar e fazer fogo.
Agora o governo recomenda a plantação de árvores em todo o país...





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