2006/01/02

 
CÁ ESTAMOS, PARA MAIS UM ANO...
E para começar, quero dizer que espero mais deste ano de 2006, para mim
e para o meu país. 2005 foi um ano conturbado, frenético, azarento e pobretanas.
No particular, consegui superar todos os tropeções, mas no geral nada pude fazer
pela crise que se abateu sobre o país. Vivi, como todos, momentos de indignação,
de raiva, de desconforto, mas tambem de esperança na acção reformista levada a
cabo pelo Governo de José Sócrates. Parte da legislação produzida, só agora vai
ser regulamentada, e os seus efeitos podem ser visíveis no segundo trimestre de
2006. Mas não tenhamos dúvidas, o desemprego ainda vai subir, trazendo mais
desespero a milhares de portugueses. No entanto no segundo trimestre espera-se
melhorias em diversos indicadores; assim está planeado, e esperemos que não se
verifiquem derrapagens na despesa nem diminuições na receita. É necessário que
a auditoria aos ministérios comece a ser feita, para haver controlo das despesas;
é de esperar uma melhoria na actividade económica, e tambem na receita fiscal.

Não vou aqui entrar em pormenores, pois não quero fazer o papel do incrível
"profeta" Luis Delgado, mas em 2006 realizam-se alguns eventos internacionais
que podem contribuir para a melhoria do PIB. Refiro-me ao Campeonato Sub-21
e possivelmente à Cimeira UE-África. Deverão arrancar obras para a linha de
caminho-de-ferro Sines-Espanha; para a construção da maior central solar do
mundo em Moura; espera-se o arranque dos novos parques eólicos cujo concurso
para atribuição de licenças está a decorrer; o Plano Tecnológico vai estimular a
iniciativa privada, e a Regata 2007-Valença, vai ocupar parte das nossas marinas.
As estimativas de crescimento são moderadas, e apontam para1,1 por cento do
PIB, o que é pouco. Mas pode ser o sinal de mudança para o crescimento... Não
podemos esquecer o principal factor de desestabilização da economia europeia,
que é o custo do petróleo. Se o barril se mantiver abaixo dos 68 dolares, todas
as previsões orçamentais da zona euro podem ser alcançadas. A Rússia, mais o
Iraque (pacificado) desempenham aqui um grande papel. Contamos com eles,
para estabilizar os mercados... e liquidar os especuladores. Que comprem ouro!

No plano internacional, espera-se um ano mais pacífico, e menos trágico em
catástrofes naturais. Quanto ao pacifismo, é possivel prever uma diminuição das
tensões regionais e na propaganda guerreira. Efectivamente, o sheriff de serviço
vai dedicar-se à forma como vai "legar" a sua governância do Império. Consta
que George Bush está cansado com a guerra do Iraque... De trinta parceiros,
só já tem vinte no teatro de guerra, e a maior parte quer deixar o terreno, com
ou sem "pacificação" do Iraque. Compreende-se: ofereceram-se para a guerra,
mas não esperavam que ela se arrastasse por tres anos... As despesa com a
guerra do Iraque está a complicar as finanças de muitos países, alguns deles
pobres, e às portas da UE a pedir sua adesão como membro...Entretanto a China,
a Índia e a Rússia fortalecem os laços comerciais, e tornam-se players globais.
Os países da Ásia vivem o seu tempo de glória. A China tornou-se agora a quarta
economia do Mundo, a Índia começa a igualar os índices de crescimento da China,
e a Rússia vai assumir a presidência do G-8, e graças ao potencial enérgitco que
possui (gas e petróleo), assume-se, por via disso, como parceiro importante dos
países asiáticos, mas tambem da União Europeia e dos Estados Unidos América.

A Ucrânia tem um problema dentro das suas fronteiras: a instalação
do pipe-line que abastece de gas a Ucrânia e parte da Europa (Polónia, Austria,
Hungria) é propriedade da Rússia. A Ucrânia ainda pagava o gas à Rússia aos
preços da antiga URSS, de que era parte integrante. Agora virou-se para a
UE e para a Nato, e a Gazprom, o gigante russo produtor de gas, exige que a
Ucrânia pague ao preço de mercado. Entretanto a Ucrânia terá "desviado" gas
para constituir reservas, enfraquecendo o volume do pipe-line, pelo que a
Polónia, a Austria e a Hungria estão a receber entre 30 a 40 por cento a menos.
O assunto está a ser acompanhado pela UE e EUA. Não se pode dizer adeus
aos amigos e ficar totalmente dependente deles... A vida tem destas coisas.





<< Página inicial

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Subscrever Mensagens [Atom]