2006/01/05

 
As previsões do Banco de Portugal sobre os dados económicos para 2005 e 2006
vieram mostrar, mais uma vez, como a economia de alguns países está refém dos
produtores de petróleo, da OPEC e dos especuladores do mercado de matérias
primas. Já aqui tenho referido, mais do que uma vez, que o magro crescimento das
economias ocidentais é absorvido pelos altos preços do barril de petróleo, acabando
por beneficiar a OPEC, produtores independentes e especuladores gananciosos.
Com esta instabilidade de preços, é dificil aos países consumidores, estabelecerem
previsões e cumprirem com os objectivos orçamentais. É bom lembrar que, para o
Orçamento de 2005, o então ministro da Economia, Bagão Félix, baseou as suas
previsões em 38 dolares o barril de petróleo, mas ao longo do ano, a cotação subiu
até aos 70 dolares, quase o dobro... Se bem que o Orçamento tenha sido rectificado
pelo Governo de José Sócrates, mesmo assim sairam erradas as previsões. Havia
uma previsão de crescimento do PIB em 1,5 por cento; com o aumento dos preços
do petróleo, sumiram-se 60 décimas e com o impacto das medidas de ajustamento
orçamental, sumiram-se outras 60: o PIB ficará pelos .30 por cento, ou seja, uma
quinta parte da previsão orçamental...

(Gráfico do Oak Ridge National Laboratory, com a devida vénia).

A Rússia, como país produtor independente, e vizinho da Europa, deve ser
estimulada a produzir mais petróleo e mais gaz. A Rússia tem reservas enormes
destas fontes de energia, e muito há ainda para pesquizar e poder avaliar-se com
precisão, qual o volume das reservas ainda desconhecidas. Alguns países europeus
ainda têm pouca confiança na democracia russa, especialmente os países que
vieram da ex-URSS. Em Portugal temos muitos "analistas" ressabiados com o
poder militar e espacial da Rússia. Ainda não pensaram que aquele imenso país,
é "nosso" vizinho, e, por isso, temos o dever de o compreender, de respeitar a
sua história, de o ajudar a integrar-se de pleno direito na comunidade mundial.
É com os amigos que nos relacionamos bem, é com a amizade e compreensão pela
diversidade dos povos que nos tornamos todos mais solidários. Não esqueçamos
que a Rússia ainda não faz parte da OMC... mas faz parte do G-8, a cúpula dos
países mais ricos, a que vai presidir a partir de Julho. Quanto maior for a oferta
de petróleo e gaz, maior ponderação haverá na formação dos preços nos mercados
internacionais. Os países ocidentais deveriam estimular os países produtores
independentes, aqueles que vendem fora do cartel da OPEC. Nenhum país da
UE pode ignorar a importância estratégica da produção russa em matéria energia.
Nenhum país europeu, no contexto politico actual, pode ver na Rússia o "papão".

São poucos os "justos" e os pacifistas que governam sem fazer guerras.
Mas os "maus" acabam sempre por ter um fim trágico. Não sei que lei é esta,
se é que há uma lei, e à qual uns chamam de karma e outros resumem nesta
frase: quem com ferros mata com ferros morre... E há a lei do "boomerang".
Será que a dor, a raiva e o desepero de uns acaba por "condenar" outros a um
fim trágico?... A História está cheia de chefes que morreram em combate...



Mais um dia de horrivel carnificina no Iraque. Em dois atentados suicidas,
perpetrados em Kerbala e Ramadi, morreram 85 civis e deixarem mais de 100
feridos. O sonho de George Bush parece esfumar-se, como castelos de areia...





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