2005/12/02

 
A polémica entre o PS, Mário Soares e o candidato independente Manuel Alegre,
está instalada e não pode ser ignorada. As quezílias entre Mário Soares, candidato
apoiado pelo PS, e Manuel Alegre mostram que, em política, não se pode escolher
sem entrar em ruptura. Não importa agora quem atropelou e quem foi atropelado.
Mário Soares e Manuel Alegre são militantes históricos do Partido Socialista e são
uma referência da nossa democracia. O primeiro já gozou das benesses concedidas
pelo exercício do poder ao longo de uns vinte anos; o segundo, pelo seu carácter e
pelo seu currículo é merecedor de todas elas, mas nunca se colocou em bicos-de-pé
para reclamar o poder, e seria incapaz de pisar o "outro" para lhe passar à frente.
Manuel Alegre tem razões para estar ofendido com o seu camarada Mário Soares.
Já o Partido Socialista, não só não tem razões para vir a terreiro, como tambem não
deve sequer imiscuir-se entre um e outro, devendo sòmente apoiar o candidato que
escolheu para o representar... Não convirá ao PS hostilizar agora a candidatura de
Manuel Alegre, tendo em conta que, na hipótese de uma segunda volta, é ele o mais
que provável vencedor para enfrentar Cavaco Silva. Nesta situação, em quem vai
o PS recomendar o votos aos seus militantes?

CAVACO SILVA: "O tempo de hoje é muito diferente daquele que Portugal
conheceu há 10 ou 20 anos. Alguns já não se lembram dos salários em atraso
em 1984/1985, da crise em que se encontrava o distrito de Setubal, da inflação
a 30 por cento, das taxas de juro a 30 e 40 por cento".
MÁRIO SOARES: "Não sou contra as auto-estradas, os hospitais que se fizeram,
se bem que alguns foram megalómanos, mas Portugal não resolveu o problema
da massa cinzenta. [...] Nunca voltei a cara às dificuldades".
MANUEL ALEGRE: "Apelo aos eleitores socialistas, comunistas, bloquistas e
sociais-democratas que querem alguem que se identifique com os valores do
25 de Abril, tal como ele foi feito. [...] Não desisto, não me afastarão".
JERÓNIMO SOUSA: Cavaco Silva disse que é preciso remar no mesmo sentido.
O que me fez lembrar 'o homem do leme'. Se o povo português não lhe tivesse
tirado o leme das mãos, em vez do rombo que se verificou, tinha-se verificado
um naufrágio para a democracia social e económica em Portugal".
FRANCISCO LOUÇÃ: "A primeira figura do Estado deve ter a certeza de
contribuir para o início dos grandes debates nacionais. [...] Basta de pompa e
solenidade, os portugueses não querem uma jarra de porcelana em Belém".

O Besugo, em vésperas do grande debate FCP-SCP, transformou o Blogame
Mucho numa galeria de coisas absurdas, mas com arte e alguma inspiração.
Misturou "gajas boas" com futebolistas, políticos de segunda com políticos
de ocasião, tudo "no fio da naifa"... Até o emir OK faz parte da retrospectiva
improvisada pelo Besugo... Sente-se, respira-se ali um ambiente de excessivo
nervosismo, traduzido na frase : "No fio da Navalha 14". Lembra os tempos
de mestre Hitchcok. Ou os "200 anos de Austerlitz", onde Napoleão se bateu
com as suas tropas, data que a República Checa está a festejar... Tudo por
causa do grande embate de hoje, nas Antas. Espero que a batalha acabe, com
a vitória de um dos contentores, já que o empate não serve ao Sporting...
(Admira-me a Lolita não ralhar com o Besugo, por este ter descaracterizado a
linha editorial do BlogameMucho. Aquilo ficou de pantanas. Uma anarquia total).


Assim, vai ser muito dificil... Quando uns se ajoelham para orar, em solo
que consideram sagrado, e outros desrespeitam esse acto e esse local, pisando
este com botas sujas e afrontando o recolhimento espiritual de armas na mão,
é impossivel haver entendimento entre os homens... Só gera mais violência.





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