2005/11/03

 
Finalmente, Eduardo Prado Coelho, "acordou" para as presidênciais...
"É curioso como a campanha presidencial é dominada por questiúnculas sem
grande consequência e não por grandes diagnósticos sobre a situação do país e
os rumos que deve seguir. Se Cavaco é ou não "um político profissional", não
me parece ser particularmente importante. Soares dirá que ele é "profissional"
porque recebe as reformas que lhe pertencem pelo exercício de cargos políticos.
Cavaco terá querido dizer, quando se afirmou como "político não profissional",
que a sua principal actividade foi sempre a de professor e que a ela poderá
sempre regressar. Será tudo isto muito significativo?" (Eduardo Prado Coelho,
membro da Comissão Política da Candidatura de Manuel Alegre, Público de hoje).
Efectivamente, EPC tem toda a razão ao colocar a questão das "banalidades"
no debate das presidenciais. "Questiúnculas", chama-lhe o apoiante de Alegre.
Esta questão tambem não serve a Manuel Alegre, já que tambem não devemos
caracterizá-lo como "profissional" da política, na medida em que ele tem vivido
mais à custa da publicação dos seus livros. De facto, esta é uma questão menor...
Mas Mário Soares gosta de dialéctica, de discussões sem fim, por tudo e por nada.
E sabemos no que resultam as discussões de lana caprina... Apenas produzem
ruido, nada de concreto e pouca utilidade. Mas Mário Soares gosta do exercício
da retórica, das causas abstractas. "[Cavaco Silva] só fala de coisas técnicas... é
curto para um Presidente da República" -- respondeu ontem a Constança e Sá,
em entrevista na TVI. É por isto, para acabar com a "política de palco", ao estilo
de Santana Lopes, que eu acho importante e muito necessário termos na PR um
presidente que fale quando é preciso, com poucas palavras e com clareza, que
seja o símbolo da estabilidade governamental, que traga outro estilo de trabalho,
um discurso diferente, sobre os problemas do mundo de hoje, que requerem cada
vez mais conhecimento "técnico". "Super-Mário" não é um jogo de consola?...
Convém lembrar que Manuel Alegre correu contra José Sócrates durante a
campanha para eleição do secretário-geral do PS. Mas não podemos esquecer
que Mário Soares sempre hostilizou Guterres e o seu governo, e, indirectamente
hostilizou Sócrates, que era ministro de Guterres... Quando Mario Soares, depois
de "atropelar" Manuel Alegre, se colocou à frente para ser candidato pelo PS, eu
tive um sobressalto de espírito, ao imaginar Soares na PR, a apelar à "vida para
alem do défice", a proclamar o "direito dos trabalhadores à indignação", travando
as reformas de José Sócrates, adiando o país, caminhando para a bancarrota do
sistema da Segurança Social, aumentado o número de desempregados, levando o
país ao conflito com a UE, e à perda de fundos para o período 2007-2013... Tudo
em nome da "solidariedade social" e dos "direitos adquiridos"... Mas ontem, na
entrevista à TVI, Mário Soares emendou o "risco" e teceu lôas a José Sócrates...
É preciso estar atento, não venha a "deriva presidencialista" pela esquerda...
A caminho da Argentina, onde vai assistir à Cimeira Sul-Americana, George
Bush vai estar dois dias em Brasília, onde os contestatários vão fazer a vida
cara aos policiais. Na imagem, pichagens contra a presença de Bush, pintadas
no terraço do Museu do Índio e no Memorial a Juscelino Kubitchek, em segundo
plano, e que foi o impulsionador da construção da nova capital do Brasil.





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