2005/10/05

 
VIVA A REPÚBLICA!

Foi assim, em 5 de Outubro de 1910

A dois dias do fim da campanha para as autárquicas, o Luis Tito, que para alem
de ciciar no Tugir, tambem está envolvido na maratona eleitoral, ainda consegue
dar conta do que se vai passando na blogosfera. Prova disso é o seu post 1.354,
onde me apresenta "270 Razões" para condenar Kadafi, "o vizinho magrebino",
a quem eu já perdoei, quando há dias escrevi sobre a viagem de Sócrates à Libia.
As "270 Razões" são apresentadas pela Comissão da Casa Branca para Recordação
das vítimas (270) do atentado ao avião da Pan Am em 21/12/1988, em Lockerbie.
Kadafi, antes de ser "julgado" culpado, pagou por esse crime: Ronald Reagan, com
ou sem provas, mandou de imediato atacar a Líbia, pela calada da noite, tentando
matar o terrorista líbio, com os F-16 estacionados em Inglaterra. Sabemos o final.
O líder libio aprendeu a lição, e os EUA, a Inglaterra, a França e a Itália já lhe
perdoaram, considerando-o agora um homem sério, com quem se pode contar
para fazer negócios, explorar petróleo e gas. Portugal não deve desperdiçar esta
oportunidade para fazer como fazem todos os outros países: trazer Kadafi para o
seio da comunidade internacional, respeitá-lo como líder da Libia, e fazer negócios.
E ajudar a Líbia a chegar à mesa do "comércio internacional" -- onde até agora não
tinha acesso, e era considerada um país demoníaco com o labéu do "eixo do mal".
Quem primeiro perdoou a Kadafi, foram os países que tinham poder para lhe impôr
quase 20 anos de quarentena. Até a Air Líbia está enferrojada, com aviões parados.

Histórias destas, ligadas ao insteresses das grandes potências, há muitas.
Começou com Nixon, quando em 1970 foi a Pequim, apertar a mão ao "Grande
Líder Mao" -- para fazer negócios (os direitos humanos só aparecem com Carter).
Outro exemplo é o tirano Saddam Hussein, que nos anos 1976/1984 era grande
amigo dos EUA, e a quem Donald Rumsfeld visitava em Bagdade para lhe vender
armas... a fim de Saddam atacar o Irão dos ayatholas. Hoje, é o que se sabe. Outro
caso, foi Manuel Noriega, do Panamá. Quando deixou de ser preciso, foi acusado
de estar ligado ao narcotráfico , e ainda hoje está preso nos EUA. Enfim, histórias.
Em resumo: é pelo diálogo que chegamos ao entendimento, nunca pela exclusão
do outro. Esse outro, se respeitado, tambem pode aderir aos Direitos Humanos.


Entendi bem a ideia do Luis Tito. O que conta, não é apenas os negócios, antes
deve ser o respeito pela vida humana, a ética e os prícipios morais, o cumprimento
rigoroso do direito internacional. Aliado a tudo isto, haverá um meio termo, aquilo
a que se chama o pragmatismo político, que é diferente do politicamente correcto.
Para finalizar, quero agradecer ao Luis Tito o bom gosto musical demonstrado
na escolha do vídeo de Kiley Dean, anexo ao post, onde se ouve uma belissima e
melodiosa canção a recordar o voo 103 da Pan Am.





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